domingo, 9 de abril de 2017

Retorno de Bruno aos campos, sete anos depois

Bruno gol pênalti Boa Uberaba (Foto: Ag Estado)
Foram 2499 dias desde a última partida como profissional, em junho de 2010, ainda pelo Flamengo. E neste sábado, Bruno Fernandes voltou aos gramados. Fez sua estreia pelo Boa Esporte, no duelo contra o Uberaba, pela abertura do hexagonal final da segunda divisão do Campeonato Mineiro, em Varginha/MG. Apesar do acolhimento da torcida presente no Estádio do Melão, o retorno aos campos não saiu como o planejado pelo goleiro. Ele cometeu um pênalti no 2º tempo e sofreu o gol que impediu a vitória de seu novo time: placar final de 1 a 1.

O goleiro de 32 anos foi preso em 2010 e condenado a 22 anos e 3 meses por homicídio e ocultação de cadáver de Eliza Samúdio e por sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. No fim de fevereiro, porém, foi solto por uma liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que a demora do julgamento do recurso dá o direito ao jogador de aguardar em liberdade (caso o recurso seja negado, ele voltará para a prisão), e contratado pelo Boa Esporte.

Do lado de fora do estádio, o ambiente era calmo. Não foram registrados protestos, diferentemente do ocorrido na semana da chegada do jogador, quando 20 mulheres fizeram uma manifestação e sofreram repreensões dos próprios torcedores do clube. 

Diferentemente da reação predominantemente negativa nas redes sociais, o clima no estádio era de apoio a Bruno. A torcida do Boa Esporte parece ter comprado o discurso do clube. Ao menos os que foram ao estádio. Dos abordados, a imensa maioria aprovava a contratação do goleiro e estava ali especialmente para presenciar sua estreia. "Todos merecem uma segunda chance", "A justiça que liberou ele", "Não oferece perigo para a sociedade", foram alguns dos comentários ditos pelos torcedores. 

Um caso curioso foi do casal de mineiros Fábio e Bárbara, que foram acompanhados do filho ao estádio. Fã do goleiro, o homem foi para prestigiar Bruno: "Quem somos nós para julgá-lo". Já a mulher foi por gostar de futebol e fez uma ressalva: "É um péssimo exemplo para as crianças. Evito até falar dele. Ainda tem que pagar e não devia ter voltado ao esporte, por ser influenciador das crianças".

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