Foram
2499 dias desde a última partida como profissional, em junho de 2010, ainda
pelo Flamengo. E neste sábado, Bruno Fernandes voltou aos gramados. Fez sua
estreia pelo Boa Esporte, no duelo contra o Uberaba, pela abertura do hexagonal
final da segunda divisão do Campeonato Mineiro, em Varginha/MG. Apesar do
acolhimento da torcida presente no Estádio do Melão, o retorno aos campos não
saiu como o planejado pelo goleiro. Ele cometeu um pênalti no 2º tempo e sofreu
o gol que impediu a vitória de seu novo time: placar final de 1 a
1.
O goleiro de 32 anos foi preso em 2010
e condenado a 22 anos e 3 meses por homicídio e ocultação de cadáver de Eliza
Samúdio e por sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. No fim de
fevereiro, porém, foi solto por uma liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do
Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que a demora do julgamento do
recurso dá o direito ao jogador de aguardar em liberdade (caso o recurso seja
negado, ele voltará para a prisão), e contratado pelo Boa Esporte.
Do lado de fora do estádio, o ambiente
era calmo. Não foram registrados protestos, diferentemente do ocorrido na
semana da chegada do jogador, quando 20 mulheres fizeram uma manifestação e
sofreram repreensões dos próprios torcedores do clube.
Diferentemente da reação predominantemente
negativa nas redes sociais, o clima no estádio era de apoio a Bruno. A torcida
do Boa Esporte parece ter comprado o discurso do clube. Ao menos os que foram
ao estádio. Dos abordados, a imensa maioria aprovava a contratação do goleiro e
estava ali especialmente para presenciar sua estreia. "Todos merecem uma
segunda chance", "A justiça que liberou ele", "Não oferece
perigo para a sociedade", foram alguns dos comentários ditos pelos
torcedores.
Um caso curioso foi do casal de
mineiros Fábio e Bárbara, que foram acompanhados do filho ao estádio. Fã do
goleiro, o homem foi para prestigiar Bruno: "Quem somos nós para
julgá-lo". Já a mulher foi por gostar de futebol e fez uma ressalva:
"É um péssimo exemplo para as crianças. Evito até falar dele. Ainda tem
que pagar e não devia ter voltado ao esporte, por ser influenciador das
crianças".
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