segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Salário médio nos Correios é de R$ 4,3 mil; presidente ganha R$ 53 mil


Os Correios estão para ser privatizados. Mas quanto ganham seus mais de 98 mil funcionários? Os salários pagos pela empresa em 2020 variaram de R$ 1.327 a R$ 52.619, segundo as demonstrações contábeis dos Correios. O rendimento médio dos empregados é de R$ 4.266. O salário de um carteiro é de R$ 1.757,48.

Os Correios não especificaram a composição dos salários citados nas demonstrações contábeis (vantagens, adicionais etc.). A empresa diz que as remunerações de várias de suas carreiras, considerando adicionais e funções salariais, são superiores às da iniciativa privada e de outras empresas públicas.

"Cabe observar a evolução dos salários nos últimos 10 anos, quando o salário mínimo teve um aumento de 104%. No mesmo período, a remuneração básica inicial de um carteiro, o cargo mais comum nos Correios, aumentou 117%, indo de R$ 807,29 para os atuais R$ 1.757,48", diz a empresa em nota. 

Em 2010, o salário mínimo vigente era de R$ 510. Dez anos depois, em 2020, o valor chegou a R$ 1.045, uma avanço de 104,9%. Os salários de dirigentes, segundo as demonstrações contábeis de 2020, são: Presidente: R$ 52.619 Diretores: R$ 45.847 Conselheiro: R$ 4.496 Comitê de auditoria: R$ 8.992.

Os salários de dirigentes, segundo as demonstrações contábeis de 2020, são: Presidente: R$ 52.619 

Diretores: R$ 45.847 

Conselheiro: R$ 4.496 

Comitê de auditoria: R$ 8.992

O projeto de privatização aprovado pela Câmara ainda precisa passar no Senado. Ele estabelece que os atuais empregados não poderão ser demitidos sem justa causa por 18 meses. 

Para estes profissionais com estabilidade nesse período de um ano e meio, o professor Joelson Sampaio, da FGV/Eesp (Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas), diz que a probabilidade é de pouco impacto nos salários, pois estes já estão definidos nos contratos atuais.

"O cenário mais provável de servidor atual é ele voluntariamente se demitir ou ser demitido [após a estabilidade] ou continuar com o seu salário, porque a empresa tem pouca flexibilidade de reduzir [o valor do contrato]", diz Sampaio. 

O professor afirma que o futuro salário da companhia ainda será estabelecido nas negociações da venda, com a criação, por exemplo, de um plano de demissão voluntária (PDV). 

Pelo projeto aprovado, a empresa deverá criar um PDV com período de adesão de 180 dias, contados da privatização. Ao aderir, os funcionários terão direito a indenização correspondente a 12 meses de salário, plano de saúde por um ano e plano de requalificação profissional.

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