domingo, 30 de julho de 2017

Estudantes brasileiros criam pães com farinha de barata que contêm 13% mais proteína

Em muitas culturas do mundo, insetos são consumidos em refeições. Uma pesquisa realizada pelo cientista holandês Arnold van Huis, que foi publicada na revista Annual Review of Entomology, revelou as vantagens de utilizar insetos como alimento.

Por exemplo, a barata possui níveis de proteína maiores do que a carne de boi. Pensando nisso, estudantes da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), localizada no Rio Grande do Sul, desenvolveram pães e bolos utilizando farinha de barata. Segunda Andressa Lucas, engenheira química de alimentos que estava envolvida nessa pesquisa, eles utilizaram baratas de uma empresa especializada em criação de insetos para consumo humano, que está localizada em Betim, Minas Gerais.

As baratas são criadas de maneira asséptica, porque são vendidas na verdade para ração animal”, disse Andressa. Os estudantes receberam as baratas desidratadas, prontas para consumo e utilizaram um material próprio para criação de farinha, chamado moinho de bolas. Após essa etapa, eles peneiraram a farinha para diminuir a granulometria e assim adicionar essa farinha de barata em alimentos como pães, bolos e barras de cereais.

Algumas propriedades nutricionais dessa farinha chamam a atenção: um pão feito com apenas 10% de farinha de barata possuí 23% de proteína, enquanto um pão convencional tem 9,68% e o pão integral tem 13,85%, segundo o estudo. “Na África, na Ásia, América Central, no México, se consomem muitas espécies de insetos. Nós é que não temos essa cultura, então nos parece uma coisa um pouco diferente, temos uma certa resistência para aceitar”, explicou a professora Myrian Salas Mellado, envolvida no projeto. 

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