segunda-feira, 17 de julho de 2023

Padre Airton Freire está numa cela isolada do presídio; Dois funcionários estão foragidos


O padre Airton Freire de Lima, fundador da Fundação Terra, está numa cela isolada do Presídio Advogado Brito Alves, no município de Arcoverde, no Sertão de Pernambuco. A informação foi confirmada pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres).

Padre Airton Freire foi preso preventivamente nessa sexta-feira (14). Ele é investigado por denúncias de estupro. De acordo com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), cinco inquéritos estão em andamento, mas o número de possíveis vítimas em cada um deles não foi revelado.

O religioso foi encaminhado para o presídio após passar por exame de corpo de delito, ainda na tarde da sexta-feira. A Seres reforçou, em nota, que o padre Airton Freire está numa cela separada dos outros presos "dada a natureza da conduta investigada pela Polícia Civil".

Neste sábado (15), a Polícia Civil de Pernambuco confirmou que tentou cumprir mandados de prisão nas residências de dois funcionários do padre, mas que ambos não foram localizados ainda. "As diligências seguem em curso."

Um dos suspeitos que tiveram a prisão preventiva decretada foi o motorista de padre Airton, Jailson Leonardo da Silva, também denunciado à polícia por suposto estupro.

Um mandado de busca e apreensão também foi cumprido com apoio da Polícia Civil do Ceará e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Não foram revelados detalhes do que foi apreendido. 

A polícia começou a investigar padre Airton Freire após registrar a denúncia de estupro foi feita pela personal stylist Sílvia Tavares de Souza, de 53 anos, contra o religioso e o motorista dele. O crime, segundo a mulher, teria sido praticado durante um retiro espiritual em agosto de 2022. 

Em entrevista à TV Jornal, ela disse que mantinha uma relação próxima com o padre e o tinha como uma figura paterna e santa. Mas que a admiração deu lugar ao pavor após ser violentada pelo motorista a mando do padre, que teria presenciado tudo. Na ocasião, ela teria sido chamada pelo religioso para realizar uma massagem.

"Quando pulei da cama, o motorista colocou a faca no meu pescoço, me deu uma gravata e disse 'quieta que ninguém vai morrer'", disse a mulher. 

Após o início dessa investigação, outras passaram a ser apuradas pela Polícia Civil, com acompanhamento do MPPE. Por determinação da Procuradoria-Geral de Justiça foi criada uma força-tarefa formada por três promotores para atuar no caso.

Em nota, o MPPE disse que tem feito "exame criterioso dos elementos de prova até então colhidos". E que está "preocupado principalmente com os direitos humanos e com as medidas necessárias para resguardar e evitar revitimizações das vítimas que buscaram o aparato estatal para relatarem violências sexuais que estão sob investigação".

O MPPE reforçou também que a prisão preventiva "mostra-se necessária para garantir a continuidade do trabalho investigativo; afastar os riscos de reiteração delitiva; bem como assegurar proteção às vítimas que procuraram o Estado para relatarem fatos criminosos contra suas dignidades sexuais". 

Por fim, declarou que "por se tratarem de inquéritos sigilosos, não serão divulgadas, no momento, mais informações sobre o caso". 

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