segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Cultivo da goiaba em alta em Pernambuco


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Entre 2014 e 2017, a produção de goiabas em Pernambuco aumentou quase 40%, saltando de 96,8 mil toneladas para 135,5 mil. Já o valor da produção mais que dobrou, passando de R$ 97,9 milhões para R$ 200,5 milhões no mesmo período. Os números, que constam no Boletim Estatístico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o estado vem se consolidando no cultivo e produção do insumo, que tem registrado alta nos últimos anos graças a fatores econômicos e climáticos. Além de movimentar o mercado, esse crescimento impacta diretamente nos pequenos agricultores, que são os responsáveis pela maior parte da produção da fruta.

"Pernambuco é um estado muito importante nesse cenário, sobretudo na região do Vale do São Francisco", explica Eduardo Brandão, assessor técnico da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo ele, o crescimento está ancorado em três fatores: maior controle de problemas fitossanitários, que impacta em menor perda de árvores e maior produtividade; aumento do consumo no mercado externo e, consequentemente, das exportações; e crescimento do mercado interno devido ao fortalecimento da cultura de consumo saudável. Nesse cenário, Brandão explica que o reflexo é sentido imediatamente pelos pequenos produtores. "Trata-se de uma cultura que é majoritariamente produzida pela agricultura familiar. O número de grandes produtores ainda é pequeno. Sendo assim, impacta diretamente no aspecto socioeconômico através do emprego e da renda para grupos familiares em todo o estado".

É o caso da agricultora Edvaneide Graça Silva, moradora de Tabira, no Sertão, que apostou no plantio de goiaba. Em 2009, ela ganhou cinco mudas do pé da fruta em um programa realizado pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) em parceria com outras entidades. Atualmente, ela e a família possuem duas propriedades, que, juntas, contam com 800 pés da fruta. "A gente vende tudo para o pessoal da feira. Vamos de madrugada. Compramos um carro e fazemos a venda", explica ela, acrescentando que parte das frutas também é vendida para uma fábrica localizada na região. "Hoje eu tenho minha casa, com garagem, sala, cozinha, quatro quartos e banheiro. Quando eu comecei, era só uma sala e cozinha", relembra.

Em meses considerados lucrativos, Edvaneide e a família chegam a faturar R$ 3 mil. "O problema é que passamos seis meses entre uma colheita e outra, e os gastos são altos", pondera. Quem vê hoje o sucesso da agricultora não imagina o quanto ela precisou batalhar para chegar onde está. "Quando vejo alguém querendo desistir, sempre dou apoio. Não podemos desistir porque, por mais difícil que a coisa seja, temos que tentar. Quando chegamos aqui ninguém plantava nada, mas depois que comecei muitas pessoas colocaram outros plantios".

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