sábado, 15 de junho de 2019

Se o latim é uma língua morta, quando morreu?

A queda do Império Romano do Ocidente, em 476, marca o início do fim do latim. A partir de então, a língua entrou em um processo de transformação. “Não deixou de ser falado da noite para o dia,” diz Neiva Ferreira Pinto, professora da Universidade Federal de Juiz de Fora.
O latim falado pela plebe – que nessa altura já era bem diferente do latim escrito da Igreja, da poesia épica e de documentos oficiais – se misturou cada vez mais às línguas das populações nativas (os ditos “bárbaros”) de cada território que costumava pertencer ao Império fragmentado.
Formaram-se vários dialetos, que depois seriam “promovidos”. Assim, nasceram línguas como francês, espanhol e o nosso português (que teve até influência árabe, graças à prolongada presença moura na Península Ibérica durante a Idade Média).
Por muito tempo, porém, o latim formal continuou sendo a língua oficial da Igreja Católica. A Bíblia não tinha tradução, e as missas eram rezadas como se ainda estivéssemos em Roma. 
Hoje, o latim sobrevive no jargão jurídico e científico, mas não tem falantes nativos: muitas das culturas que derivam de Roma de alguma forma falam línguas que descendem do latim, mas não são latim.

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