quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Especialista esclarece cinco dúvidas sobre reações após anestesia

Anestesia (Foto: Igo Bione/Acervo JC Imagem)

Em pacientes que são submetidos a procedimentos cirúrgicos, esta situação é muito comum: medo das reações pós-anestésicas. Tontura, enjoo e queda de cabelo e outros sintomas geram muitas dúvidas nas pessoas que passarão por algum operação. O anestesiologista Fábio Ranieri, da Cooperativa dos Anestesiologistas de Pernambuco (Coopanest-PE) desmistifica alguns pontos sobre o tema.
1. O que é uma sala de recuperação pós-anestésica?
É uma unidade de cuidados específicos cuja função é garantir a recuperação segura da anestesia e prestar cuidados pós-operatórios imediatos ao paciente. Desde a admissão até a alta da sala de recuperação pós-anestésica, os pacientes são monitorados, principalmente em relação a alguns fatores como circulação, respiração, oxigenação e frequência respiratória.
2. No momento da recuperação anestésica?
A queda da temperatura, que causa tremores pelo corpo, e o soluço são alguns exemplos. Os tremores são involuntários e se apresentam como atividade muscular oscilatória com finalidade de aumentar a produção de calor. Eles são um mecanismo do corpo para vencer a queda de temperatura, conhecida como hipotermia. São comuns. Entretanto, não estão necessariamente relacionados especificamente à anestesia.
3. Náuseas e vômitos são comuns no pós-anestésico?
As náuseas e vômitos no pós-anestésico ainda são uma realidade, apesar do avanço das técnicas anestésicas, do uso de fármacos com curta duração de ação e do desenvolvimento de novos antieméticos. As náuseas e vômitos pós-operatórios, em pessoas com maior sensibilidade, podem retardar altas hospitalares e exigir internações inesperadas. Em situações incomuns, podem até trazer consequências mais graves, como aspiração pulmonar, desidratação e até aumento da pressão intracraniana.
4. É errado levantar ou não a cabeça após a cirurgia?
Existe uma complicação que pode ocorrer após anestesia regional (raquianestesia ou peridural), chamada cefaleia pós-punção dural ou cefaleia pós-raquianestesia. Antigamente, pensava-se que o repouso no leito por 24 horas prevenia essa ocorrência. Hoje, sabe-se que o repouso não previne a cefaleia; apenas melhora quando já está instalada. O que previne é, principalmente, a utilização de agulhas descartáveis de calibre o mais fino possível. Com elas, a incidência de cefaleia pós-punção dural é muito baixa. Quando ocorre, é de menor intensidade e de tratamento bem mais fácil.
5. Alguma relação entre anestesia e queda de cabelo?
A queda de cabelos após um parto, em que se usa anestesia, vem de alterações hormonais que ocorrem nesse período e não tem nenhuma relação com a anestesia, qualquer que seja a técnica utilizada.

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