sábado, 20 de outubro de 2018

A saga de Luzia, a primeira brasileira, que se recusa a desaparecer

O crânio de Luzia, que estava no Museu Nacional: fragmentos encontrados serão submetidos a exame Foto: Marizilda Cruppe / Agência O Globo - 03/07/2003
 Ao ter o crânio descoberto em meio às ruínas do Museu Nacional, Luzia, a moça do Cerrado, que se transformou num símbolo da brasilidade, provou que o seu destino jamais foi a escuridão. Ela morreu já faz 11.500 anos, mas parece se recusa a desaparecer. Tinha cerca de 20 anos quando sucumbiu — nunca se saberá a quê. Membros de seu povo depositaram o corpo numa fenda de uma caverna em Lagoa Santa, Minas Gerais. Ficou por lá até 1974, quando foi descoberta por arqueólogos. Voltou à luz por um tempo, mas acabou esquecida. Porém, graças ao trabalho do bioantropólogo Walter Neves e do arqueólogo André Prous, Luzia retornou. Desta vez, sob holofotes. Virou celebridade da ciência mundial, em 1998.
Seu crânio, o mais antigo já datado nas Américas, iluminou a saga do povoamento do continente. E promoveu uma revolução na arqueologia. O crânio tem características negroides, diferentes das dos índios que povoaram depois o continente. Características como o nariz mais largo e os olhos grandes fizeram Neves propor a teoria de que ela e seu povo eram de uma onda mais antiga de povoadores. O povo de Luzia, ou de Lagoa Santa, teria desaparecido há cerca de sete mil anos.

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