No Brasil, infelizmente, as
pessoas têm o péssimo hábito de ir ao dentista apenas quando surge algum
problema bucal aparente ou muita dor. A prova disso é que, segundo a Pesquisa
Nacional de Saúde (PNS) 2013, 55,6% dos brasileiros não se consultam anualmente.
A recomendação dos dentistas é de que as consultas sejam semestrais. Segundo
Rosane Menezes Faria, dentista da Caixa Seguradora Odonto, entre os problemas
que mais levam pessoas aos consultórios estão a cárie, gengivite, periodontite,
retração gengival, bruxismo e mau hálito. “Na maioria das vezes, são
tratamentos que não precisariam ser iniciados caso o indivíduo tomasse alguns
cuidados simples”, afirma. No entanto, poucos sabem quais seriam tais cuidados.
Pensando na questão, a especialista listou algumas práticas
que se mostram muito eficazes na prevenção dos problemas bucais já citados.
“Vale lembrar que, mesmo com essas precauções, a ida semestral ao dentista com
mote preventivo não deve, em hipótese alguma, ser descartada”, pondera.
Abaixo, confira as
orientações:
Cárie
Problema dental corriqueiro, a cárie consiste na deterioração
dos dentes, causada por bactérias que fermentam os resíduos de alimentos
compostos de amido e carboidratos presentes na boca. Segundo a dentista, a
higiene bucal correta é a melhor maneira de prevenir a doença. “O consumo
elevado de açúcar é preocupante, pois ele está presente em diversos alimentos
‘queridos’ pelo paladar do brasileiro. Por isso, é imprescindível escovar
corretamente os dentes após as refeições e usar fio dental, que remove os restos
de alimentos e a placa bacteriana nos locais aonde a escova não alcança”.
Gengivite e periodontite
A gengivite acontece quando a placa bacteriana fica
concentrada entre a base do dente e a gengiva, o que irrita o tecido e,
consequentemente, provoca inflamação. “O principal sintoma é o inchaço,
sensibilidade e sangramento da gengiva durante a escovação e o uso de fio
dental”, informa a especialista.
Já na periodontite, a
inflamação passa a atingir não apenas o tecido gengival, mas também a estrutura
óssea que dá suporte aos dentes. Em estágios avançados, pode levar à perda
dentária.
Assim como no caso da cárie, a
recomendação para não contrair os dois distúrbios está em manter uma boa
higiene bucal. “Apesar de ser um ato cotidiano, nem todos sabem escovar os
dentes corretamente. Na dúvida, procure um especialista para que as devidas
orientações sobre o assunto sejam passadas. Além disso, é preciso realizar uma
limpeza dentária a cada seis meses, pelo menos”, orienta.
Retração gengival
Enfermidade que pode acometer até pessoas que têm ótimos
hábitos de higiene bucal, a retração gengival consiste no deslocamento da
margem da gengiva, fator que desencadeia na exposição da raiz do dente.
Rosane, da Caixa Seguradora
Odonto, lembra que incômodo, dor e sensibilidade ao ingerir bebidas geladas são
os principais sintomas. “O alongamento do dente e a alteração da cor do
esmalte, do branco para um tom amarelado, também são fortes sinais do problema,
que também pode surgir de forma silenciosa”.
Apesar de poder ser causada
por fatores genéticos, existem certas práticas que podem auxiliar o indivíduo a
precaver a retração gengival. “Opte por escovas com cerdas macias e evite
movimentos rápidos e bruscos na hora de escovar os dentes, principalmente nas
regiões próximas às gengivas. Também é necessário ter moderação com alimentos e
bebidas ácidas, como frutas cítricas, refrigerantes e bebidas alcóolicas, por
exemplo”, recomenda.
Bruxismo
Por definição, chama-se de bruxismo os movimentos
involuntários e periódicos (dos dentes), causados por uma pressão anormal sobre
as articulações dos maxilares. “O distúrbio decorre da contração rítmica de
alguns músculos da face e as consequências mais comuns são o desgaste e
sensibilidade dos dentes”, explica a dentista.
Ela ainda destaca que o
bruxismo é classificado como primário ou secundário. O primário não está
relacionado a nenhuma origem médica evidente, clínica ou psiquiátrica. Já o
secundário possui o estresse e a ansiedade uma das como principais causas.
“Então, neste caso específico, controlar a tensão e as variações de humor é a
recomendação”, conta
Mau hálito
O mau hálito é um incômodo que afeta cerca de 50 milhões de
brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Halitose (Abha). Essa condição
,quando decorrente de problemas bucais, é causada pelo acúmulo de placa
bacteriana ou por doenças periodontais.
“Introduzir mais fibras na
dieta por meio da ingestão de legumes e frutas, beber muita água, não ficar
longos períodos em jejum, não exagerar no consumo de alimentos excessivamente
açucarados e de proteínas de origem animal, além da higienização, são algumas
práticas que minimizam ou até acabam com o mau hálito”, conclui a dentista.
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