Foi uma reunião tensa, em que não faltou murro na mesa, no início da tarde, em seu gabinete, que levou ao recuo do ministro Ricardo Barros (PP) de transferir para o Paraná a futura linha de produção do fator recombinante da Hemobrás, insumo de alta densidade tecnológica e elevado valor agregado essencial no tratamento da hemofilia.
Os ministros Mendonça Filho (Educação), Bruno Araújo (Cidades) e Fernando Filho (Minas e Energia), mais o senador Armando Monteiro (PTB), único parlamentar a participar do encontro, imprensaram Barros, confidenciou a assessores um dos ministros presentes.
Mendonça Filho foi o mais veemente na defesa da Hemobrás, chegando mesmo a ameaçar com a renúncia dos cargos dos três ministros pernambucanos caso Barros não voltasse atrás.
Armando foi igualmente duro. Demonstrando pleno domínio do tema, questionou Barros porque os investimentos da Octopharma, prometidos para o Paraná, não poderiam ser direcionados à linha do recombinante de Goiana, até porque, neste caso, seriam de menor custo para o grupo suíço.
Os ministros pernambucanos foram recebidos por Barros por determinação do presidente Michel Temer, e, ao contrário do que informou a nota oficial do Ministério da Saúde, o ministro Raul Jungmann (Defesa) não participou da reunião.
Bem, a decisão que beneficia o Estado coloca em destaque a atuação dos ministros pernambucanos, valoriza o trabalho da bancada que chegou a criar uma Frente Parlamentar em defesa da Hemobrás e, claro, deixa Barros com um pé fora do Ministério da Saúde.
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