O
teleférico balança, inclina-se, enfia-se em lagos de nuvens, ameaçando se
chocar contra paredões das espetaculares montanhas. Ao longo de sete
quilômetros, por 30 minutos — do Centro da cidade de Zhangjiajie até o pico, no
Jardim Suspenso —, os tripulantes da cabine envidraçada avançam dependurados
nesse que é chamado o maior teleférico entre montanhas altas do mundo. Ascende
lentamente à altitude de 1.279 metros, com inclinações de até 37 graus. Fica no
Parque Nacional da Montanha Tianmen, cidade de Zhangjiajie, na província de
Hunan, China Central.
Nessa
viagem, os cenários evoluem de plácidas planícies a picos que se elevam e se
amontoam, pairando sobre colchões de nuvens. No balançar do trajeto,
vislumbra-se a Estrada do Céu (Heaven Linking Avenue ou Tongtian Highway) em
toda a beleza de suas 99 curvas, que, por 11 quilômetros, serpenteiam e abraçam
a montanha de Tianmen.
Ao topo, passarelas de vidro de 100 metros de extensão
agarram-se nos paredões da montanha, pairando sobre o precipício. Denominada
Coiling Dragon Cliff Skywalk, é referência a espetacular panorâmica dessa
incrível estrada do dragão, também opção em zigue-zague, por terra, para a
ascensão ao topo.
Para além das passarelas
de vidro, uma das maiores atrações do Parque Nacional da Montanha Tianmen
decorre da geologia predominante na região, montanhas de arenito, erodidas nos
últimos dois milhões de anos pelas chuvas intermitentes, dando origem a picos alongados,
característicos do complexo cênico de Wulingyuan, localizado a quase 100
quilômetros de Tianmen Mountains, assim como cavernas e grutas.
É o caso da Porta do Céu (Heaven’s Gate Cave), colossal arco natural a 131,5
metros de altura, 70m de profundidade e 30m de largura ao fim de uma íngreme
escadaria de 999 degraus, chamada de Stairway to Heaven. A sequência de números
nove não é acidental: na tradição taoísta, é o símbolo do imperador (filho do
céu), portanto, símbolo da fronteira entre os mundos humano e divino. A caverna
inspira os mais desatinados espíritos, que desafiam a gravidade e os limites da
vida.
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