De camisa e tênis, com um
tablet na mão e um caderninho na outra, Walther Orthmann é um trabalhador
brasileiro como tantos outros. A diferença é que há 79 anos ele é funcionário
de uma indústria têxtil de Brusque, no Vale do Itajaí. Desde 2008 ele é
reconhecido pelo Rank Brasil como o trabalhador com mais tempo de atividade em
uma mesma empresa.
Aos 95 anos, ele mantém a
disposição e a responsabilidade. É cobrado para atingir as metas e manter em
alta a produtividade. O tablet, ele usa para acessar o sistema da empresa. Mas
é no papel que Walther mantém as informações mais importantes. "Aqui eu
anoto os clientes e toda a venda dos representantes. Tudo anotado nesse
caderno. Todo ano. Acho que tem uns 20 anos", conta o quase centenário
funcionário.
A disposição de Walther
inspira os cerca de 550 colegas da empresa. "No passado, existiam pessoas
que compravam tecido do seu Walther", diz o analista de RH Robison da
Silva. "Os filhos começaram a comprar tecidos do seu Walther e hoje o seu
Valter vende para os netos. Na verdade, eles compram tecidos do seu Walther, e
não da empresa".
O contrato de trabalho,
assinado em 1938, nunca perdeu a validade. O salário era de duzentos mil réis.
"Com 15 anos de idade trabalhei durante um ano na expedição", conta
Walther. "Depois fui chamado para o escritório - trabalhava como office
boy buscando correio, buscando dinheiro durante um ano também", lembra.
Mais tarde, depois de dois
anos, começou a trabalhar no faturamento. "Fazia todo o faturamento da
empresa durante alguns anos. Até que em 1955 comecei a viajar para o Rio de
Janeiro e São Paulo", diz ele, que não esquece os detalhes: "Como não
havia avião, naquela época viajava de onibus."
Walther diz que pretende
continuar na ativa. "Nunca pensei em parar. Trabalhar é saúde. E faz bem à
pessoa. Estar sempre com a cabeça em dia, saber tudo o que acontece. É gostoso
trabalhar", diz.
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