segunda-feira, 6 de abril de 2015

Jovem Guarda: As Melhores Canções eleitas em pesquisa


“Devolva-me”
Leno e Lilian (1966)
-Compositores: Renato Barros/Lilian Knapp
– Álbum: Leno e Lilian (CBS 137.470 – 1966)

Uma das baladas mais representativas da JG, embalou muitas briguinhas de namorados. Muitas meninas aproveitaram os toques da canção para dar aquele fora no garoto, sem esquecer de pedir de volta todas as lembrancinhas dadas no auge do romance, agora terminado. Finalmente, os finais amorosos agora tinham sua trilha sonora.

“Pobre Menina (Hang on Sloopy)”
Leno e Lilian (1966)
-Compositores: Bert Russel/Wes Farrell / versão Gileno)
– Álbum: Leno e Lilian (CBS 137.470 – 1966)
Ao criar uma letra em português para o sucesso “Hang on Sloopy”, do grupo The McCoys, Leno abordou mesmo que de forma suave e romântica, a questão social do país, ao falar de uma garota pobre, moradora de um bairro afastado, que sonha com seu príncipe encantado. A belíssima letra traduzia então, os anseios das milhares de mocinhas das periferias das grandes cidades, ansiosas pelo momento em que seriam resgatadas, não talvez por um sapo disfarçado de príncipe, mas por algum dos ídolos da Jovem Guarda. Embalada numa roupagem iê iê iê super moderna, a canção se transformou no maior sucesso da dupla, e hoje consta lá no alto da galeria dos clássicos eternos da JG.

“A Volta”
Os Vips (1966)
-Compositores: Roberto Carlos / Erasmo Carlos
-Álbum: Os Vips (Continental PPL 12.285 – 1966)

Obra-prima do romantismo jovem guardista, um belo presente de Roberto e Erasmo para Os Vips, “A Volta” chegou às rádios de todo o Brasil no início de 1966, consagrando os irmãos Antonucci como ídolos absolutos de toda uma geração. Até hoje, não dá para ouvir sem se emocionar com os vocais maravilhosos de Ronald e Márcio e com aquele solo belíssimo de guitarra no meio da canção. E a letra então… tudo isso faz de “A Volta” uma canção mais que perfeita em todos os aspectos.

“Festa de Arromba”
Erasmo Carlos (1965)
-Compositores: Roberto Carlos / Erasmo Carlos
-Álbum: A Pescaria (RGE XRLP-5.278 – Maio 1965)

Descrevendo uma festa em que estava presente a nata da JG, Erasmo Carlos criou a canção definitiva do movimento. E ele foi fundo na letra, denominando um a um os ídolos da época, dos pioneiros Tony Campello, Demétrius, Ronnie Cord e Sérgio Murilo aos recentes astros e estrelas do rock tupiniquim, como Ed Wilson, Wanderléa, Rosemary, Prini Lorez (Galli Jr.), não esquecendo artistas mais ligados ao samba e o jazz, como Wilson Simonal e Jair Rodrigues. Como a lista era extensa, Erasmo acabou esquecendo de citar dois dos maiores artistas daquele momento, Jerry Adriani e Wanderley Cardoso. Dizem que até hoje, quando Erasmo se encontra com um ou com o outro, pede desculpas pela omissão, mas dizem também que nas apresentações da música ao vivo, o Tremendão faz questão de acrescentar Jerry e Wanderley. Fora isso, “Festa de Arromba” é o segundo hino oficial da Jovem Guarda.

“Quero Que Vá Tudo Pro Inferno”
Roberto Carlos (1965)
-Compositores: Roberto Carlos / Erasmo Carlos
-Álbum: Jovem Guarda (CBS 37.432 – Novembro 1965)

O hino oficial do movimento e a mais rebelde canção da Jovem Guarda, moderna, ousada, irreverente. Num país católico até a raiz, um jovem, em nome do amor, mandou todo mundo para o inferno, e em sendo ele mesmo um católico ferrenho, foi de fato uma super dose de heresia pop. Por isso talvez, este hino maior do movimento JG carregue até hoje significados complexos, dualidades medonhas, ao ponto do seu autor há muitos anos fugir da canção como o diabo foge da cruz (ops..). Não a canta nos shows, não regrava nem deixa outros o fazerem.
Mas, deixando os dogmas religiosos de lado, “Quero que vá tudo pro inferno” está no mesmo patamar de clássicos como “Like a rolling Stone”, de Bob Dylan ou “Satisfaction”, dos Stones, ambas lançadas no mesmo ano. Se Roberto fosse americano, essa canção estaria hoje entre as primeiras de qualquer lista internacional das maiores canções de todos os tempos. Indiscutivelmente é um clássico não só do movimento jovem guarda, mas um do rock brasileiro. (rstone)

“QUERIDA” (Don’t Let Them Move)
Jerry Adriani (1965)
-Compositores: G. Garret/C. Howard – Versão Rossini Pinto
– Álbum: Um Grande Amor (CBS 37.422 – 1965)

E eis que, para surpresa geral, minha inclusive, essa belíssima balada que abre o primeiro LP em português de Jerry Adriani, o mitológico “Um Grande Amor” (1965), curiosamente é a maior canção da Jovem Guarda, segundo os membros do grupo Eterna Jovem Guarda que participaram da pesquisa. “Querida” teve 38 votos no total, contra 34 de “Quero que vá tudo pro inferno”, a segunda colocada.
A obscura balada do cantor norte-americano Chuck Howard, “Don’t Let Them Move”, lançada em single em 1964, se transformaria numa das mais emblemáticas canções de Jerry Adriani e um dos hinos românticos da Jovem Guarda. Vertida para o português por Rossini Pinto, ganhou o título de “Querida”, e uma batida que lembrava “It’s Now or Never” de Elvis Presley, aliás, tudo lembra Elvis nesta canção, a começar pela voz grave de Jerry Adriani sussurrando nos ouvidos das meninas: “Oh, querida relembre os momentos tão felizes / Que juntinhos passamos / Sob a luz do luar…” As garotas da época, diante de tanto romantismo, não tinham o que fazer, a não ser se apaixonar.


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