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Antes de postar aqui sobre violência nas escolas tive a curiosidade de dar uma passadinha no Youtube. Busquei "briga na escola". É grande a quantidade de vídeos que aparece. Infelizmente. O fato é lamentável não só porque prova que a violência nas escolas é grande. Mas também porque mostra o quanto as pessoas gostam de ver o sofrimento alheio.
Esse tipo de cena é comum nas escolas estaduais. Não vou dizer que em escola particular não tem briga. Também acontece. Mas, vamos analisar fatos? Duvido que em instituições privadas brigas aconteçam diariamente, sejam registradas pelos próprios alunos e divulgadas no dia seguinte como se fossem algo banal. Esse tipo de situação é bem mais comum em escolas públicas. E o porquê todo mundo já sabe: na maioria dessas escolas não há fiscalização. Aluno entra e sai na hora que quer, assiste aula também somente se quiser. Caso não queira, fica pelos corredores, atrapalhando colegas e professores que tentam se concentrar nas salas de aula.
Nas escolas públicas, nem sempre há professor em sala, faltam profissionais cujo papel é fundamental em instituições de ensino, como psicólogos e educadores de apoio, e ainda há muitos funcionários que estão ali não porque sonharam em ser educadores um dia, mas sim porque não tiveram oportunidade de escolha. Sim, muita gente vai trabalhar em escola porque "conseguiu" com algum "padrinho" aquele emprego, ou simplesmente porque, na hora de prestar vestibular, percebeu que tentar pedagogia ou qualquer licenciatura seria bem mais fácil. Desse jeito, fica difícil ser competente.
É nesse contexto que vivem os alunos. Óbvio que eles percebem a fragilidade das instituições e por isso sabem que, mesmo propagando a violência, dificilmente serão punidos.
Hoje, mais uma vez, veículos de comunicação divulgaram novas brigas, em mais escolas estaduais de Pernambuco. Em casos anteriores, observamos as providências tomadas pela Secretaria de Educação: vai à escola, procura um culpado - que pode ser aluno, professor, diretor ou qualquer outro funcionário - encontra uma punição para essa pessoa, muitas vezes sem, sequer, abrir um inquérito. E assim acha-se que o problema está resolvido.
Aguardemos a próxima briga, então.
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