sábado, 9 de julho de 2011

Namoro na escola: quais são os limites?




Na adolescência, é inevitável: os jovens namoram - muitas vezes dentro da escola. Mas é possível tratar essa questão sem causar conflitos

Pode namorar na escola? Qual é o limite do carinho entre casais de adolescentes na hora do recreio? Qual é o papel da escola e qual é o papel da família? Essas são questões que, muitas vezes, dividem adolescentes, pais e professores. Exatamente por isso, é um tema que precisa ser tratado com cuidado.

Namorar é algo íntimo e, em um espaço público, isso deve ser feito de forma comedida. Ainda mais na escola, onde há crianças e adolescentes de diferentes faixas etárias. Por isso, a maioria das escolas tem regras e limites para o namoro entre alunos. Nada mais justo. Mas é importante que essas regras não sejam apenas impostas, e sim discutidas e debatidas com toda a comunidade escolar. E é preciso que elas fiquem claras para todos. No entanto, mesmo com regras, alguns desentendimentos podem acontecer.

No Colégio Vértice, em São Paulo, certa vez um jovem casal trocava um beijo em um local mais escuro perto dos banheiros enquanto uma professora de Artes passava com alunos pequenos pelo corredor. No dia seguinte, os pais de uma das crianças procuraram a escola: o pequeno contou em casa que tinha visto um casal transando no banheiro. "Não foi isso o que aconteceu, mas o jovem casal propiciou essa leitura", afirma Adilson Garcia, diretor da escola. O jovem casal teve de ser repreendido, para que não agisse mais daquela forma.

No escola de São Paulo, os alunos são orientados a não dar beijos "de língua" e a não sentar no colo um do outro. "Não permitimos manifestações exacerbadas", resume Garcia. Para que as regras fiquem claras para todos e que os alunos entendam por que elas existem, o tema da sexualidade é trabalhado a partir do 6º ano do Ensino Fundamental, na disciplina "Educação para a Vida em Família", que também trata de temas como identidade e questões emocionais.

Mas atenção: regras são importantes, porém proibir os adolescentes de namorar na escola não é o melhor caminho. "A escola é, antes de mais nada, um espaço público e deve ser tratada como tal", afirma Luciana Fevorini, coordenadora do Ensino Fundamental II do Colégio Equipe, em São Paulo. O ideal é conversar com os adolescentes e estabelecer os que os jovens podem fazer, onde e como.


Texto Marina Azaredo

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