Gilmar Mariano da Silva Souza, de 47 anos, foi capturado, na sexta (18), em casa, em Ferreiros. Neste sábado (19), a Justiça pernambucana determinou a libertação dele, reconhecendo que “a pessoa apresentada na audiência de custódia não se trata daquela a que se busca prender”.
O caso de Gilmar foi acompanhado desde o início pelo advogado Gilderson Correia. Em entrevista ao g1, o defensor afirmou que o erro partiu da Justiça do Tocantins, que cumpriu o mandado contra o seu cliente, mesmo com diferença no nome dele em relação ao do suspeito de ter praticado o crime.
“O Gilmar daqui de Pernambuco tem Mariano no nome. O suspeito do estupro de vulnerável em Tocantins não é Gilmar Mariano. Além disso, a mãe do Gilmar de Pernambuco tem Souza, com z, enquanto a mãe do outro Gilmar tem Sousa, com s. As duas têm o mesmo nome, que Maria da Conceição”, declarou.
Tudo começou na sexta, quando equipes da Polícia Civil pernambucana cumpriram o mandado de prisão expedido pela 1º Vara Criminal de Colinas do Tocantins.
Segundo o advogado, Gilmar Mariano foi levado para uma cela na delegacia de Nazaré da Mata, na mesma região,, onde ficou à espera da audiência de custódia.
“Ele ficou sem tomar água e sem comer. Ele é um trabalhador e nunca foi até Tocantins. Sempre morou na região de Ferreiros. É muito humilde e não tem nem celular”, afirmou Gilderson Correia.
Neste sábado, Gilmar foi levado para a audiência de custódia, em Nazaré da Mata, onde funciona o polo do plantão do Judiciário na área.
No site do Tribunal de Justiça de Pernambuco é possível acompanhar a tramitação do caso. Um documento expedido pelo juiz Iarly José Holanda de Souza comprovou a expedição do alvará de soltura de Gilmar Mariano.
No texto, ele informou que a pessoa apresentada na audiência não era a que se busca prender. “São pessoas de nome similares, contudo, diferem no nome Mariano, no nome do pai, no RG e CPF, data de nascimento e naturalidade”, afirmou.
Ainda segundo o texto da decisão, o juiz afirmou que constatou a como “ilegal a prisão efetuada”. Diante disso, informou que “deixou de homologá-la, relaxando a prisão do preso apresentado nesta custódia”.
Por fim, o magistrado determinou a soltura de Gilmar Mariano. “Expeça-se alvará. Dê-se ciência ao Juízo que expediu o mandado de prisão para fins de retificar o mandado”, escreveu o juiz.
Diante do que aconteceu, o advogado de Gilmar Mariano afirmou que vai entrar com uma ação contra o Judiciário do estado de Tocantins.
“Ele iria pagar por uma coisa muito grave e poderia até pegar mais de dez anos de cadeia por um crime que não cometeu”, declarou.
O g1 entrou em contato com a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Tocantins, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. Também procurou a Polícia Civil de Pernambuco e aguarda a resposta.
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