terça-feira, 12 de maio de 2020

Enfermeira sofre queimadura ao reutilizar máscara desinfetada com alvejante

A enfermeira russa Olga Ovinnikova sofreu queimaduras no rosto
escassez de máscaras na Rússia levou a enfermeira Olga Ovinnikova a reutilizar uma que acabou deixando-a impossibilitada de trabalhar, por ter causado queimaduras de segundo grau em seu rosto.
Ela relatou à imprensa local ter recebido uma máscara de tecido no dia 24 de abril, sem saber que aquele item já havia sido usado. Após a profissional começar a sentir que sua face estava queimando, descobriu que a máscara tinha sido desinfetada com uma solução química, possivelmente alvejante.
No dia seguinte, Olga voltou à unidade de saúde, na cidade de Karabanovo, onde são tratados pacientes com coronavírus, mas dessa vez ela foi na condição de paciente. A jovem foi diagnosticada com uma "queimadura química de segundo grau na face", necessitando ser levada ao centro de queimaduras.
No início deste mês, a enfermeira apresentou formalmente uma queixa às autoridades, contando com o trabalho de Anastasia Burakova, que é advogada de Direitos Humanos. De acordo com Olga, o hospital não tratou o caso como algo danoso à saúde. Por isso, ela pede que seja feita uma auditoria e que medidas de emergência sejam tomadas para investigar o que lhe aconteceu.
"Obrigada a todos que me apoiaram e me apoiam no momento. Me sinto melhor, meu rosto está gradualmente voltando ao normal. Graças aos médicos, eles estão fazendo um ótimo trabalho", disse Olga em uma publicação no Instagram na última quinta-feira. "Eu realmente espero que as agências policiais entendam e que os autores sejam punidos. Infelizmente, tenho que ficar em casa, no momento em que todos os funcionários são importantes e necessários".
Na primeira postagem sobre o caso, Olga já havia criticado a atitude do hospital, dizendo que as roupas descartáveis de proteção estavam sendo lavadas em água sanitária e usadas várias vezes. Ela relatou que o local sofre com escassez de EPIs para os profissionais de saúde. Segundo Olga, sua pele foi danificada por produtos químicos venenosos que permaneceram em sua máscara após a desinfecção.
Emmanuil Zdanovsky, que administra o hospital, negou o uso de água sanitária para higienizar máscaras.

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