Um time de arqueólogos, historiadores e especialistas em alimentos decidiram descobrir qual foi o cardápio da ocasião. Para isso, eles se basearam em evidências físicas — como utensílios de cozinha do século 1 —, relatos bíblicos e pistas encontradas em pinturas e obras de arte históricas.
Refeição final
Segundo os pesquisadores, os judeus da época provavelmente teriam usado utensílios de terracota ou pedra para fazer a refeição e teriam compartilhado os alimentos sentados em tapetes e almofadas — um cenário bem diferente do retratado na célebre obra de Leonardo da Vinci! Ademais, como Jesus era o integrante mais importante do grupo (ou convidado de honra, por assim dizer), os demais participantes do jantar teriam se sentado à esquerda e direita dele.
Com relação ao cardápio, todo mundo sabe que — pelo menos — pão e vinho foram servidos durante a ceia, mas o pão não foi aquele que estamos acostumados a encontrar nas nossas padarias. Em se tratando do Pessach, o que Jesus e os apóstolos comeram foi o pão ázimo, ou seja, pão sem fermento.
Além disso, faz sentido que fossem servidos alimentos que eram comumente encontrados na região, como azeite de oliva e mel, assim como uvas, romãs e figos secos — já que é pouco provável que houvesse muitas dessas frutas frescas disponíveis no início da primavera. Outro item que possivelmente não fez parte do cardápio foi a carne de carneiro, pois a última ceia aconteceu antes do sacrifício dos animais que tradicionalmente ocorria na Páscoa judaica.
Outros alimentos que provavelmente foram servidos na celebração foram ervas amargas, pistaches, azeitonas, cholent, um guisado à base de feijões, cevada, batatas e carne kosher, e charosset de tâmaras — uma sobremesa judaica feita com frutas amassadas ou frutos secos picados e misturados com vinho e especiarias. Entretanto, segundos os pesquisadores, alguns dos itens que da Vinci retratou em sua Última Ceia — entre eles fatias de laranjas e enguias — certamente não teriam feito parte do cardápio.
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