Na minha experiência de mais de 30 anos como psicoterapeuta escuto, principalmente de algumas mulheres, o sentimento de insatisfação e de grande frustração, por não conseguirem gozar, por não chegarem à fase do platô e do orgasmo. Para evitar a frustração e sofrimento preferem, muitas vezes, evitar o encontro sexual. Referem que na masturbação chegam a sentir o orgasmo, mas que a dois não conseguem se liberar. A maioria das mulheres quando procuram o tratamento é para compreender porque vivem a anorgasmia.
Se por um lado a mídia explora de forma exacerbada, através das músicas e dos meios de comunicação, cenas de sexo, por outro, ainda é um grande tabu vivenciar a sexualidade com naturalidade e liberdade. Esse sempre foi um assunto pouco ou nunca discutido nas relações familiares, tudo fica por baixo dos panos. Nos dias atuais, o sexo ainda é visto com muitos preconceitos e moralidade e não como algo que faz parte da saúde.
Essas queixas recorrentes relacionadas à falta de prazer sexual entre os casais, principalmente das mulheres, levou-me a perceber que não bastava no tratamento psicoterapêutico que as pessoas falassem sobre as suas dificuldades. Tomar consciência das repressões é importante, mas não o suficiente para libertar as amarras e as couraças que vão sendo armazenadas no corpo, criando pontos fortes de rigidez e dificultando a experiência do orgasmo. O que eu chamo de corpo controlado.
Para que a sexualidade seja vista de forma holística, é importante saber que as tensões corporais interferem na mente e bloqueiam a pessoa na experiência do orgasmo. Quando o corpo é desbloqueado, os fantasmas sexuais dão lugar à espontaneidade, ao lúdico e à alegria. A sexualidade passa a ser vista com naturalidade e de forma saudável, como tem que ser.
Segundo estudo e pesquisa do Prosex (USP), mais da metade das mulheres brasileiras, não chegam ao orgasmo. Imagine que esse percentual não tem nada a ver com problemas fisiológicos e orgânicos. O percentual de 95% das causas da anorgasmia são da ordem psíquica, relacionadas às repressões sexuais e por desconhecimento do próprio corpo, no sentido, principalmente, da dificuldade de se tocar nos órgãos sexuais para descobrir os pontos que promovem o gozo. As consequências, principalmente para as mulheres, são os medos e a desconfiança no momento de se entregar e se fundir no corpo do outro.
Ao tocar no seu corpo, ter a curiosidade de se auto conhecer, a mulher pode reconhecer o que são os preconceitos e repressões que foram passados ao longo da sua história de vida e perceber o que ela deseja e o que não deseja. Saberá fazer escolhas para viver junto a outra pessoa o seu Prazer Sexual.
É importante que possamos viver o nosso orgasmo da forma que desejemos, sem vergonhas ou sentimentos de culpa!
ESSA LIBERDADE É TRANSFORMADORA!
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