Grilo, mosca, larva e formiga
não fazem parte da dieta tradicional do brasileiro e até geram repulsa. Mas,
criados de forma adequada, são comestíveis. E o melhor: são nutritivos e podem
ter bom sabor.
Um grupo de pesquisadores da
Universidade Federal do Ceará (UFC) cria insetos e os utiliza em pratos
elaborados para que a população tenha os primeiros contatos com a dieta baseada
nestes bichinhos, ainda novidade no Brasil.
São pratos típicos da nossa culinária,
como queijo, tapioca, brigadeiro, crepe, mas tudo recheado com larvas e grilos.
"Os insetos dão crocância ao prato. Eles vão agregar valor proteico e
crocância para o paladar", explica Rafael Queiroz, professor de
gastronomia na UFC.
A ideia é que a comida seja
atrativa e de gosto conhecido para o público perder o "tabu", explica
Cristiane Coutinho, doutoranda em agronomia na UFC. Já nas próximas décadas,
conforme os pesquisadores, o inseto será uma necessidade na alimentação global.
"A gente não tem como
mudar o hábito alimentar do homem agora, mas a gente está mostrando a
importância do inseto na alimentação, que tem proteína, entre outras
substâncias necessárias para o desenvolvimento humano, e mostrando que isso é
algo que vai acontecer num futuro. A gente está divulgando primeiramente a
importância", afirma.
O estímulo à dieta tem como
base um estudo da FAO, órgão da ONU para alimentação, que defende os
insetos como uma resposta para o combate à fome no futuro,
quando os atuais modelos de alimentação serão insuficientes para alimentar 9
bilhões de pessoas, população estimada do mundo para 2050.
Não vá sair comendo qualquer inseto
Antes que alguém possa pensar em
pegar insetos por aí e preparar uma receita que viu na internet, a equipe tem
um alerta: os insetos comestíveis são criados em condições especiais de
higiene. Ainda assim, nem todos podem ser consumidos.
"Há mais ou menos 1,5 milhão
de insetos descritos e só 1,9 mil deles podem ser consumidos. Eles são criados
de forma especial, não são como os insetos que estão nas ruas", diz
Cristiane.
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