sábado, 21 de maio de 2011

A MORTE DO PADRE

O velho Padre, durante anos, tinha trabalhado fielmente com o povo
africano, mas agora estava de volta ao Brasil, doente e moribundo,
no Hospital Geral de Brasília,
é notícia e manchete midiática da hora. Já nos últimos suspiros,
ele faz um sinal à enfermeira, que se aproxima.


- Sim, Padre? diz a enfermeira.
- Eu queria ver dois proeminentes políticos antes de morrer, sussurrou o
Padre.
- Acalme-se, verei o que posso fazer, respondeu a enfermeira.


De imediato, ela entra em contacto com o Congresso Nacional;
e logo recebe a notícia: ambos gostariam muito de visitar o Padre
moribundo.


A caminho do Hospital, José Sarney diz a Renan Calheiros:
- Eu não sei porque é que o velho padre nos quer ver, mas certamente que
isso vai ajudar a melhorar a nossa imagem perante a Igreja e povo, o que
é sempre bom.


Renan Calheiros concordou.
Era uma grande oportunidade para eles e até foi enviado um comunicado
oficial à imprensa sobre a visita.


Quando chegaram ao quarto, com toda a imprensa presente,
o velho Padre pegou na mão de José Sarney, com a sua mão direita, e na
mão de Renan Calheiros, com a sua esquerda. Houve um grande silêncio e
notou-se um ar de pureza e serenidade no semblante do Padre.


Renan Calheiros então disse:
- Padre, porque é que fomos nós os escolhidos, entre tantas pessoas, para
estar ao seu lado no seu fim?


O velho Padre, lentamente, disse:
-Sempre, em toda a minha vida, procurei ter como modelo
o Nosso Senhor Jesus Cristo.


-Amém, disse José Sarney.
-Amém, disse Renan Calheiros.


E o Padre continuou:
-'Então... como Ele morreu entre dois ladrões,
eu queria fazer o mesmo....!!!'

Colaboradora: Michele Gomes

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