As mulheres da Arábia Saudita podem
dirigir a partir deste domingo (24). Até então, o governo local não permitia
que elas conduzissem carros. O país era o último a ter uma restrição do tipo.
Anunciada em setembro de 2017,
esta decisão promovida pelo príncipe herdeiro Mohammad bin Salman faz
parte de um amplo plano de modernização do país, e põe fim a uma proibição que
se tornou símbolo do status de inferioridade que é dado às mulheres.
"É um passo importante e
uma etapa essencial para a mobilidade das mulheres", resumiu Hana al
Jamri, autora de um livro que será publicado em breve sobre as mulheres no
jornalismo na Arábia Saudita.
As sauditas "vivem em um
sistema patriarcal. Dar a elas o volante ajudará a desafiar as normas sociais e
de gênero que obstaculizam a mobilidade, a autonomia e a independência",
disse.
Para muitas mulheres, sauditas
e estrangeiras, a medida permitirá reduzir sua dependência de motoristas
privados ou dos homens de sua família.
"É um alívio",
declarou à AFP Najah al Otaibi, analista do centro de reflexão pró-saudita
Arabia Foundation.
No início de junho, o reino
entregou as primeiras carteiras de habilitação às mulheres. Algumas trocaram
sua carta de condução estrangeira por uma saudita depois de passarem em uma
prova.
Durante décadas, os
conservadores se apoiaram em interpretações rigoristas do islã para justificar
a proibição de dirigir, alguns alegando inclusive que as mulheres não eram
inteligentes o suficiente para se colocarem atrás do volante.
Do ponto de vista econômico,
as consequências poderiam ser só benefícios, segundo especialistas. O fim da
proibição poderia estimular o emprego de mulheres e, segundo uma estimativa da
Bloomberg, acrescentar 90 bilhões de dólares à economia para 2030.
Nenhum comentário:
Postar um comentário