1) ISLAMISMO
Não acredita em pecado original, como
fazem o judaísmo e o cristianismo, e por isso considera que o paraíso, ou
Jannah, é o destino de todas as crianças. Para os adultos que conquistam o
mesmo direito, esse é um lugar de jardins vastos, com rios de leite e de mel,
onde todos os desejos são concedidos. Vestidas com os tecidos mais caros e confortáveis
e usando joias do tamanho de frutas, as pessoas participam de jantares em
palácios de ouro, com vinhos que não provocam bebedeira nem ressaca. Para cada
escolhido, dependendo da tradução, são oferecidos pelo menos 80 mil escravos e
72 companheiras virgens
2) CANDOMBLÉ
Para a religião brasileira de origem
africana, em especial da região onde hoje fica a Nigéria, o Universo teve
início no orum, o espaço infinito e sem forma, governado por Olorum, o deus que
criou todas as coisas. É ali que os orixás passam a maior parte do tempo – isso
quando não estão no aiê, o mundo físico que conhecemos, interagindo com os
seres humanos e cuidando do funcionamento da natureza. As pessoas que morrem
podem seguir para o orum, caso tenham cumprido seu destino em vida, e ali se
tornam ancestrais divinizados, que convivem com os outros deuses e antigos reis
e guerreiros
3) HINDUÍSMO
Antes de encarnar novamente, a alma das
pessoas corretas segue para um dos sete svarga, ou mundos celestiais,
localizados acima do Monte Meru, um local mitológico que tem cinco cumes.
Quanto mais elevado o espírito, mais alto o mundo para onde ele segue, até ter
o direito de se tornar vizinho de Vishnu, o deus responsável pela manutenção do
Universo, cuja residência é guardada por Airavata. Quem consegue chegar até ali
já está muito perto do moksha, o estado de libertação total do ego. A maior
parte das almas fica no segundo nível, chamado Swarga Loka, um ambiente de
prazeres intensos
4) SIKHISMO
De acordo com essa crença surgida na
Índia do século 16, o ciclo de nascimento e renascimento em busca da união
plena ao Criador é o principal objetivo de cada existência. O céu é acima de
tudo uma condição mental, que a alma experimenta enquanto medita e se aproxima
dos mistérios do Universo. A pessoa pode até mesmo se sentir em um lugar muito
claro e confortável, de prazeres intensos. Mas não é isso que importa, nem
mesmo a preocupação com as encarnações próximas ou anteriores. O momento
presente é que interessa, porque é quando o fiel pode abandonar as dores que
caracterizam a vida neste plano
5) BUDISMO
Existem dezenas de diferentes paraísos,
mas todos fazem parte da mesma realidade ilusória, chamada samsara. As almas
que acumulam bom carma seguem para diferentes locais, de acordo com sua função
em vida: guerreiros dedicados seguem para um lugar diferente, por exemplo, de
um comediante que cumpriu a tarefa de alegrar as audiências. Um desses espaços,
chamado Trayastrimsa, é ocupado por deuses, que fazem companhia a pessoas
avançadas – um dia vivendo ali é o equivalente a 100 anos do nosso plano. Os
monges podem ajudar, rezando pela alma de quem acabou de morrer. Mas o objetivo
dos budistas não é chegar a esses lugares, que são provisórios. O importante é
não focar nos prazeres temporários, e sim na busca pelo nirvana, o estado de
iluminação que está muito além de qualquer tipo de céu
6) CRISTIANISMO
Seguindo a tradição judaica anterior, o
paraíso católico consiste em um céu sobre as nuvens, que serve de moradia para
Deus, Jesus, o Espírito Santo, os anjos, os santos, os homens do clero que
cumpriram sua missão, os antigos profetas e as pessoas que foram batizadas e
aceitaram os ensinamentos – os critérios para quem pode ou não entrar entre as
pessoas comuns ainda hoje são motivo de discussões
7) CONFUCIONISMO
Descrita na China a partir do século 12
a.C., durante a dinastia Zhou, e incorporada à religião a partir do século 6
a.C., Tian é a terra onde ficam as casas dos ancestrais mais nobres e dos
antigos guerreiros e imperadores. Trata-se de um lugar com personalidade
própria, que acompanha a vida dos humanos e os abençoa ou se irrita com eles –
é um território, mas também um dos deuses mais poderosos
8) XINTOÍSMO
A religião mais praticada do Japão,
surgida no século 7 e com 120 milhões de seguidores no mundo, prevê a
existência do Takama-ga-hara, um espaço ligado ao mundo terreno por uma ponte
que flutua sozinha, chamada Ama-no-uki-hashi e que só pode ser atravessada
pelas pessoas que conquistaram o direito de conviver com os seres celestiais,
os amatsukami, em especial Amaterasu, a deusa que cuida do Sol
9) JUDAÍSMO
Localizado acima da Terra, o shamayim é
um domo onde vivem Javé, os anjos das mais variadas categorias (a hierarquia
você conhece na página 25) e todas as pessoas que viveram uma vida justa e mereceram
o céu. Uma vasta tradição judaica organiza esse mundo em sete diferentes
territórios, cada um governado por um arcanjo diferente – mais próximo da
Terra, por exemplo, seria Araphel, espaço liderado pelo arcanjo Gabriel, onde
ainda hoje viveriam Adão e Eva. A versão celestial de Jerusalém estaria em
Ma’on, o quarto céu, do arcanjo Miguel. No sétimo, gerenciado pelo arcanjo
Cassiel, ficaria o palácio de Deus. A literatura antiga dessa fé admite outras
versões: no Segundo Livro de Enoch, uma obra apócrifa, existem dez céus
diferentes, e não sete, e o inferno fica em um deles, o terceiro
10) ESPIRITISMO
Para os seguidores da doutrina estabelecida pelo professor francês
Allan Kardec, não existe um céu definitivo. Mas a alma reencarna
sucessivas vezes, em busca da evolução espiritual. À medida que vai melhorando
em termos de autocontrole e caridade para com o próximo, ela segue para diferentes
planetas, luas e todos os corpos celestes que existem em todo o Universo.
Dentro do nosso sistema solar, a Terra é o segundo lugar menos evoluído, melhor
apenas do que Marte. Em Vênus e na Lua, as almas que viveram uma vida justa
seguem adiante para continuar seu aprendizado num ambiente mais pacífico. Já em
Júpiter, viveriam as almas mais elevadas de toda a vizinhança. Ali, segundo a
descrição publicada por Kardec em 1858, o espírito do compositor Wolfgang
Amadeus Mozart vive em uma mansão suntuosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário