sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Sub 23 PE: Gustavo fala da saída do Afogados: "treinei até em cemitério"

Gustavo Pereira goleiro (Foto: Gustavo Pereira / Arquivo Pessoal)
O goleiro Gustavo Pereira, de 21 anos, conhecido pelo lamentável caso da voadora no volante do Vasco, Elivélton, quando jogou a Copa BH de Futebol Júnior, pelo Sport, em julho de 2011, teve uma passagem relâmpago pelo time do Afogados, da cidade de Afogados da Ingazeira, no Sertão pernambucano, a 370 quilômetros do Recife.
Na Coruja, como o time sertanejo é chamado pelos seus torcedores, o arqueiro não chegou a atuar. Apesar da grande expectativa por parte da comissão técnica para escalá-lo nos jogos do Campeonato Pernambucano da segunda divisão, a diretoria do clube não conseguiu sua regularização, o que culminou na saída dele da equipe. 
- Tive muitos motivos para sair do Afogados e um deles foi a demora para me deixar apto a jogar. Sem condições financeiras para me regularizar e a falta de planejamento por parte da diretoria, fez com que eu deixasse o clube - explicou, Gustavo.
Apesar do pouco tempo na equipe pernambucana, o jovem goleiro viveu momentos inusitados por lá. Ele conta que já chegou a treinar em lugares nada convenientes, já vistos no futebol. 
- Foi pouco tempo mas acabei aprendendo muito com algumas coisas. Entre tantas vividas no time, uma foi inesquecível: ter treinado em um cemitério. Nunca tinha vivido isso, mas por incrível que pareça aconteceu. Nós estávamos indo para o nosso campo treinar, mas quando chegamos lá ele estava interditado. Daí, fomos no campo do Exército e estava em reforma. Então saímos, sem destino no ônibus quando de repente paramos em frente ao cemitério, entramos e treinamos.
Mas quem pensa que o treinamento no tal cemitério não tinha fundamento está enganado. Segundo Gustavo, o treinador na época, Cleibson Ferreira, tinha uma explicação.
- Foi assustador para todo mundo entrar naquele lugar, mas fomos. O professor Cleibson dividiu o grupo em dois e, acredite se quiser, foi um treinamento muito proveitoso. O técnico usou o ambiente sinistro para falar que, muitas daquelas pessoas mortas tiveram sonhos interrompidos e que nós estamos vivos para correr atrás dos nossos sonhos. Eu particularmente gostei, e tirei o melhor de tudo que ele tentou nos transmitir, apesar de estar no cemitério.

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